John Marion Walker – Sobrevivente da Marcha da Morte EUA
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John Marion Walker (Soldado Raso da 4ª Classe Especialista Forças Aéreas Armadas dos EUA Sobreviventes da Marcha da Morte de Bataan
Todos os americanos se lembram do ataque brutal no dia 7 de Dezembro de 1941,quando os torpedos japoneses destruíram os navios da marinha dos EUA,ancorados em Pearl Harbor, nas Ilhas Havaianas.
Essa investida danificou quase todos os navios e aviões americanos, dando ao Japão o controle do Pacífico, e fez com que começasse envolvimento dos EUA na Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, o que muitos norte-americanos não se recordam é de que, no mesmo dia desse ataque, os Japoneses bombardearam as tropas norte-americanas e filipinas que estavam nas Filipinas, destruindo seus aviões e também os seus campos de aviação.
O Campo Nichols em Manila
O Campo Nichols, em Manila, foi totalmente arrasado. Com as tropas aéreas e navais prejudicadas em Pearls Habor, os soldados nas Filipinas ficaram sem ajuda.
John Walker estava entre os que foram enviados aquele País e testemunhou este ataque.Ele havia aceitado Jesus como o seu Senhor há anos, mas não estava caminhando com Cristo na época da guerra.No entanto, seu irmão mais velho,que se encontrava em casa,era um pastor firme e inabalável em sua fé,o qual cria no fato de que seu irmão mais novo retornaria para casa.
John se lembra de numerosas vezes em que sabia que o Senhor havia interferido em seu favor a fim de salvar sua vida. Graças a Deus pelos familiares que oram constantemente com fé pela proteção de seus amados.
Intervenção Divina a John
Uma das intervenções divinas ocorreu durante aquele ataque em Manila. As tropas norte-americanas estavam morando em tendas, sob o matagal de bambu. “John encontrava-se deitado em sua cabana enquanto um colega catava uma trincheira a muitos metros de distancia”.” Ele chamou meu nome três vezes”.John se lembra, ,”então, na terceira vez, saí de minha cabana e fui até onde ele estava para saber o que ele queria.Para a minha surpresa, ele insistiu em dizer que não me havia chamado.
Antes que tivéssemos tempo de terminar nossa conversa, uma bomba atingiu a exata cabana onde eu estava deitado. “Daquele momento em diante, soube que Deus estava comigo”.
Apesar de estarem terrivelmente em menor numero, sem armas suficientes nem suprimentos necessários, aqueles soldados lutaram corajosamente para dar aos japoneses um final amargo, mas foram finalmente subjulgados. Foi durante esses dias de inicio da guerra, quando o Japão atacou os americanos sem uma razão aparente,que o ódio pelos japoneses começou a crescer no coração de John – sentimento que continuaria crescendo 50 anos mais tarde.
A Rosa de Tóquio
John conta que fora enviado a Manila para manejar as metralhadoras nos aviões P-40,mas , em vez disso, estava usando um rifle M1 com 77ª infantaria filipina na linha de frente.A rosa de Tóquio ainda ajudou os militares japoneses escarnecendo e desmoralizando as tropas norte-americanas pelo radio, quando os lembrava de falta de medicamento e da destruição próxima.De acordo com John,alguns viam aquilo como entretenimento, mas outros ,como algo desmoralizante.
Durante esse tempo, outra intervenção divina aconteceu quando John fora enviado para dirigir um caminhão até a linha de frente. Ele poderia escolher entre dois veículos: um destinado a quem dirige do lado direito, outro a quem conduz do lado esquerdo.
O Livramento no Caminhão
Ele entrou no caminhão cujo volante ficava do lado esquerdo, porque estava mais acostumado aquele tipo. Contudo, algo lhe disse: “John, não vá nesse caminhão”. Então, ele correu ao outro caminhão, com a direção do lado direito. Assim que chegou á estrada, um tiro passou pelo lado esquerdo do caminhão, exatamente onde ele estaria se estivesse no outro veículo. Mais uma vez, John percebeu que Deus havia poupado sua vida.
As tropas foram forçadas a usar as armas antigas da Primeira Guerra Mundial e munição que, na maior parte do tempo, nem funcionava. Apenas uma a cada quatro granadas explodia, e metade das minas não detonou.Muitas vezes, cartuchos corroídos estouravam os canos dos canhões.Por outro lado, os japoneses estavam, constantemente, recebendo mais soldados,equipamento e comida.Embora o Japão estivesse em vantagem, as tropas norte-americanas e filipinas continuaram a lutar,apesar de estarem vivendo há quase cinco meses com um quarto de ração por dia.
Esse conflito extenso, com contratempos impossíveis, levou o tempo necessário para que reconstruíssem a Frota do Pacífico para a ofensiva dos Estados Unidos. Entretanto, no dia 3 de Abril de 1942, os japoneses os cercaram por completo.
Cansados ao ponto de total exaustão, os soldados americanos e filipinos não conseguiram mais agüentar o horrível massacre do inimigo e foram forçados a se render em 9 de Abril de 1942.Essa foi a maior e única derrota das Forças Armadas dos EUA na Historia e ocorreu não do desejo de mais de 75 mil soldados dispostos a lutar até a morte, mas das determinações do comandante; em alguns casos, sob ameaça de irem para a corte marcial,caso falharem em cumprir as ordens.
A Marcha da Morte
Em 10 de Abril, 75 mil prisioneiros foram alinhados em grupos de quatro, frente a frente, e começaram uma marcha forçada, feita sob as condições mais brutais imagináveis. Hoje, ela é referida com a Marcha da Morte de Bataan. Eles marcharam dia e noite sem parar, sem comida ou água dos japoneses, em um calor muito úmido de 46ºC.
Durante esse acontecimento, as botas de John ficaram completamente gastas, e ele ficou descalço pelo resto da sua prisão de três dias e meio. Nunca deram a eles vestimentas, e, antes que aquilo terminasse, suas roupas haviam realmente apodrecido em seu corpo.
Aos japoneses dirigiam ao lado de muitas tropas, cortando cabeças com suas baionetas enquanto passavam. Alguns dos homens foram empurrados para frente de caminhões que passavam, outros receberam coronhadas dos capturadores.
Á noite, os filipinos jogavam pedaços de cana-de açúcar para eles mastigarem a fim de terem forças, e também Poncit, um alimento parecido com pão, feito de arroz e misturado com feijão, carne de porco e gafanhotos.
Os prisioneiros partiam fatias e passavam adiante quando os guardas não estavam olhando.Se estes cidadãos filipinos fossem pegos, seriam mortos. A marcha na parava, mas os homens descobriram que podiam andar em seu sono.
Á noite, os dois homens das pontas davam os braços para os homens do meio e os deixava dormir. Então, quando os guardas não estavam olhando, eles trocavam de lugar para que os outros que estivessem as pontas pudessem dormir.
Enquanto as milhas aumentavam, homens caíam como moscas exaustas e eram mortos a tiros.Se um soldado tentasse ajudar seu companheiro, era assassinado.Poços artesianos pelo caminho estavam cheios de água, mas ,se alguém corresse para a água, era morto no mesmo instante.John perdeu 45 kg durante a marcha; ele pesou apenas 65kg durante o tempo em que foi prisioneiro de guerra.
Amontoados em Vagões de Trem
Quando eles chegaram a San Fernando, em Pangpanga,cem ou mais prisioneiros foram amontoados em vagões de trens da Primeira Guerra Mundial a fim de serem levados ao Campo O’Donnel.John foi o primeiro.Ele conseguiu respirar quando colocou seu nariz em uma pequena rachadura na lateral de um dos vagões.
Muitas pessoas que estavam no meio deles sufocaram e morreram em pé, porque não havia lugar pra caírem.As condições no Campo O’Donnel eram ainda mais insuportáveis que na marcha.
Mais de 30 mil homens morreram de fome, doenças, falta de condições sanitárias, machucados da marcha e brutalidade dos guardas japoneses no campo.
Eles ganhavam um bolinho de arroz por dia. Havia apenas dois canos de água no campo e a água só era ligada uma vez por dia; aproximadamente cem homens perdiam a vida por diariamente. Os presos mais saudáveis eram colocados para trabalhar cavando covas .Alguns dos muito doentes eram enterrados vivos, mas aqueles, mas aqueles que se recusavam a cavar eram mortos a tiro.
John disse que era muito comum estar conversando com alguma pessoa e ela cair morta no meio do dialogo. Ele sabia que deveria sair do campo para sobreviver.Então, todas as vezes que os guardas pediam por voluntários para trabalhar do lado de fora,ele aceitava.Mas , a cada dia que passava, o ódio pelos japoneses aumentava no coração de John.
A Construção da Ponte em Manila
No dia 6 de Maio, John foi enviado a Manila, a fim de construir uma ponte para substituir a que a Marinha dos Estados Unidos havia destruído durante a retirada. Recolheram todas as roupas dos voluntários no rio, ida e volta, em rápida correnteza, puxando troncos para a ponte enquanto nadavam. Eles usavam faixas no braço com um numero e eram ameaçados de que , se alguém escapasse, o resto seria morto.por fim, um homem sumiu , e o guarda recebeu as ordens de assassinar dez prisioneiros, cinco de cada lado do numero do homem que havia desaparecido.John era o sexto numero, e se algum daqueles cinco tivesse adoecido, ele estaria em tal posição.Eles eram obrigados a assistir aos dez homens sendo mortos a tiro.John se lembra com dor que um prisioneiro presenciou seu irmão gêmeo ser assassinado.
A Prisão de Bilibid
Após construir outras ponte e pistas de pouso, John foi transferido novamente, dessa vez para a prisão de Bilibid, em Manila. A próxima vez em que ele se voluntariou. Foi colocado em um navio japonês que os prisioneiros de guerra chamavam de “Navio do Inferno”. As condições naquela embarcação eram bem piores que na marcha da morte ou nos campos de concentração.
Nela, cerca de 1.400 homens foram abarrotados no cargueiro, onde sentaram com seus joelhos apertados contra o peito, para que todos coubessem ali.Por 39 dias , eles sentaram desse jeito sem trem condições de se mexer.Os que morriam eram jogados ao mar, e muitas dessas embarcações eram afundadas por submarinos aliados porque não eram marcadas como navios de prisão.John chegou a Hong Kong, depois a Formosa e, finalmente , a Tóquio.
Campo de Concentração Wakasen
Foi em Janeiro de 1946 que John se mudou para o seu destino final: o campo de concentração de Wakasen. Descalços e usando apenas roupas intimas, esses homens forma forçados a andar em neve profunda.
Muitos deles congelaram até a morte na primeira noite. Por sete meses, eles trabalharam na mina de zinco e chumbo com escravos.Certo dia, uma enorme tabua caiu e prensou a perna de um prisioneiro.Seis homens a levantaram, e os outros puxaram.Porem, no dia seguinte, usando os homens tentaram erguer a tabua , não conseguiram.Durante esse tempo, John teve outra intervenção miraculosa de Deus , que , mais uma vez . Salvou sua vida.
Ele foi enviado quatro ou cinco vezes a mina ara a área em que não havia sinais ou rotas de escape.
A escada que Jesus mostrou na Mina
A mina desmoronou naquele dia, e John começou a dizer ao Senhor que ele não queria morrer e que , se o Pai o tirasse dali,ele iria servir-lhe.Sobrenaturalmente, o Altíssimo mostrou a John uma escada em uma parte mais baixa do terreno, e eles puderam sair dali.Quando os guardas insistiram que não havia meios de eles terem escalado aquela parede,John mostrou –lhe a escada.Eles rapidamente disseram que não puseram aquela escada ali, e John disse: “ Eu sei.Foi Jesus quem a colocou.!”.
Deus estava fazendo milagres por John, mas durante todo o tempo, o diabo estava tramando contra sua vida, enchendo- o de ódio a cada dia. Cera vez, uma guarda japonesa o deixou em pé em um buraco cheio de neve; depois,pegou uma viga de 15 por 15 cm e bateu brutalmente em sua orelha por quatro vezes,estourando seu tímpano
Havia tanto ódio em John nessa época que ele prometeu ao homem que iria encontrá-lo e matá-lo. Assim que foi declarado o fim da guerra, ele pegou uma pistola automática de calibre 45 com três pentes e correu á procura do guarda, mas não o encontrou. Em vez de se alegrar com o termino da guerra, tudo o que ele conseguia fazer era pensar em vingança. Porem Deus interveio mais uma vez, impedindo-o de assassinar aquele homem.
Depois que a segunda bomba atômica foi jogada sobre Nagasaki, os americanos começaram a lançar de aviões B-29 comida em barris de 250L. John encontrou uma caixa com 24 barras de doce, as quais ele comeu de uma só vez. Ingerir todas elas em um único momento, depois de passar fome por mais de três anos, normalmente o teria matado.
A guerra estava finalmente acabada, mas seus 75 soldados que começaram a Marcha da Morte de Baatn, apenas a cada três sobreviveram e voltaram para casa.
John casa com Carolyn
John se casou com Carolyn Hardeman no dia 14 de Fevereiro de 1947, com quem teve 5 filhos .Cinqüenta anos mais tarde , ele sentiu uma forte impressão de que deveria voltar ao Japão e ajudar a construir uma igreja La, mas o ódio ainda consumiu seu coração.
Foi naquela primeira viagem, após o líder da JOCUM (Jovens com uma missão) adiar continuamente o primeiro dia de trabalho, que Carolyn teve uma sonho em que alguém disse a ela que John não construiria a igreja até que ele se arrependesse do ódio que carregava em seu coração.
“Ele não conseguia se livrar daquilo até o dia em que Deus lhe disse:” Você servirá a Mim ou servirá ao diabo”.Aquilo chamou a atenção dele, e o arrependimento começou a vir.Então John disse:”Todas as vezes em que íamos ao Japão, o Deus ainda estava La.Mas, aos poucos .começou a diminuir”.Então,em sua ultima viagem aquele País ,John finalmente conseguiu o que queria.Ele estava falando com um velho homem dentro de uma das igrejas que ajudou a construir e ouviu um pedido de perdão por todo mal que foi feito a ele e a seus colegas americanos – o pedido de perdão que ele queria tanto ouvir.
O Perdão de John
Foi então que veio a liberação para John pedir perdão pelo ódio que sentia em seu coração. A partir daí, toda vez que ele via um japonês, sentia que deveria pedir perdão por ter odiado todos eles por todos aqueles anos.
O interessante é que foi um homem e origem americana e japonesa,George T.(Joe0 Sakato – alguém que recebeu uma condecoração de hinra do Congresso – que deu a John de presente sua medalha Coração Purpura. Finalmente, após 50 anos, o ódio foi tirado de John. Ele e sua esposa visitaram o Japão quatro vezes, ficando por 90 dias cada vez ajudando a construir igrejas.